A exposição de Leonor Antunes, segundo edição da parceria entre o Instituto Bardi | Casa de Vidro e o Museu de Arte de São Paulo, ocupou simultaneamente o primeiro subsolo do MASP e a sala da Casa de Vidro, fechando o ciclo de exposições “Histórias das mulheres, Histórias feministas”, que contou também com “Lina Bo Bardi: Habitat”, apresentando o legado da arquiteta ítalo-brasileira.
Em “Vazios, intervalos e juntas”, a artista portuguesa seguiu o seu modus operandi, valendo-se do seu arquivo de referências de produções de diversas artistas, arquitetas e designers, principalmente do século XX, para criar esculturas que conectam essas diversas personagens e dialogam com o espaço para qual foram concebidas, no caso, os dois projetos de Lina Bo Bardi.
Nas obras produzidas para a Casa de Vidro estão presentes, além das referências dos espaços arquitetônicos e mobiliários projetados por Lina Bo Bardi, as influências da designer cubana Clara Porset, do arquiteto e designer italiano Franco Albini, que foi uma referência para a própria Lina, e de Lygia Clark, que empresta seu nome à uma das obras: “Lygia”, conjunto de formas inspiradas em “Trepantes”, um dos trabalhos da artista brasileira, pendem da estrutura das primeiras estantes da biblioteca da Casa de Vidro, projetadas por Lina e reconstruídas por Leonor a partir de fotografias da época.
A outra obra presente na sala foi o conjunto de mesas-esculturas intitulado “Discrepâncias com Lina”, onde as janelas do SESC Pompeia moldam os pesados tampos de cimento que são sustentadas pela delgada estrutura de latão, dialogando diretamente com o mobiliário projetado pela arquiteta que integra toda a área social da casa, juntamente com alguns dos itens da coleção de arte popular pertencentes ao acervo do Instituto Bardi.