O Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, no início Instituto Quadrante, foi criado em 1990 com objetivo de promover o estudo e a pesquisa em especial nas áreas de arquitetura, design, urbanismo e arte popular brasileira. Com foco em exposições, publicações, palestras e conferências, o Instituto Bardi possibilita o acesso a aspectos relevantes e pouco conhecidos do pensamento e da produção artística e cultural do país.

Lina Bo e seu marido Pietro Maria Bardi foram responsáveis por intervenções relevantes no cenário cultural Brasileiro. Pietro estruturou o MASP e investiu na profissionalização da área no país.  A arquiteta Lina atuou em diferentes áreas como design, educação, cinema, moda, meio ambiente.

A Casa de Vidro, a primeira obra construída da arquiteta italiana naturalizada brasileira Lina Bo Bardi, tornou-se um ícone da arquitetura moderna e representa de forma atemporal o pensamento inovador e modo de vida do casal: simples, engajado, recheado de diversidade, possibilidades e beleza.

A Casa de Vidro, projetada em 1950 e tombada pelo CONDEPHAAT como patrimônio histórico em 1987, abriga, hoje, a sede do instituto e o acervo do casal Bardi

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Assim como o pedido de tombamento configurou-se como uma ação de preservação de um projeto para a posteridade, outra ação do gênero surgiu em 1990, quando o casal fundou o Instituto Quadrante, destinado a manter a memória de seu projeto cultural. De acordo com a ata de assembleia geral de constituição do Instituto, ocorrida na casa em 03 de maio daquele ano, estavam presentes Pietro, Lina, D. Graziella Valentinetti, irmã de Lina, Fábio Luiz Pereira Magalhães, Modesto Souza Barros Carvalhosa, José Mindlin, Renato Requixa, Renato Magalhães Gouveia. Os objetivos do Instituto seriam desenvolver atividades culturais e estudos relacionados com a história da arte e da arquitetura, fazendo da casa a sua sede.

1940

Contrato de Compromisso de Venda e Compra de Terreno, lotes 5 e 6 da quadra 8.

1950

Carta de Nervi para Bardi após voltar a Roma informando que começará o estudo da estrutura  

Carta de Nervi para Bardi e Lina comunicando o envio do projeto executivo da estrutura.

1951

É solicitada a aprovação do projeto para a Casa de Vidro, assinada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, junto à sub-prefeitura de Santo Amaro.

1951

Proposta da Companhia Comercial Construtora S.A. para os arrimos e estrutura da casa, com cálculo de Túlio Stucchi por dificuldades com aqueles de Nervi.

1951

Contrato de construção da estrutura da Casa de Vidro, por administração, com a Companhia Comercial Construtora S.A.

1951

Entrega, pela Comercial Construtora dos desenhos do projeto estrutural e instalações elétrica e hidráulica

1951

Contrato de construção das alvenarias e acabamentos da casa, por administração, com a Companhia Comercial Construtora S.A.. No contrato, informam que a estrutura já estava sendo construída.

1952

Carta solicitando da construtora, entre outras coisas, uma prévia do valor final da estrutura, afirmando que até aquele momento “parece ter saído muito além do orçamento”

1952

Obra em construção, de acordo com a folha de salários dos operários. É possível deduzir que a estrutura está ainda em construção e as alvenarias serão iniciadas. É feita a armação da laje da Casa do Guarda.

1952

Carta da construtora informando a execução da estrutura. Recibo de emolumentos para alvará de licença construção da Casa do Caseiro.

1952

Obra segue em construção, baseado na folha de salários dos operários. 

1952

Demonstrativo de débito pagamento emolumentos correspondente à vistoria, alvará à Prefeitura de São Paulo. 

1952

Retirada e recolocação de seis vidros pela Vitrais Conrado Sorgenicht S.A.

1952

Autos da vistoria da subprefeitura de Santo Amaro relativos ao Habite-se. 

1953

Troca de equipamentos, baseado em documento da empresa Sabrico que afirma que não pode trocar o fogão. 

1953

Compra de plantas para o jardim.

1954

Carta de Lina para Cia. Imobiliária Morumby informando que não pagará prestações relativas aos serviços de luz, água, força, arborização e pavimentação, pois os serviços estavam incompletos, motivo pelo qual ela estava morando em um hotel. 

1954

Pavimentação do caminho principal de acesso à casa e outras áreas externas com granito e arenito fornecidos pela “Revestimento e pavimentação São Jorge” de acordo com nota para Pietro Maria Bardi. 

1954

Pedido para apressar as cortinas. 

1955

Notas de compra de tijolos, tampa de poço, cumeeiras. (jun.) Há uma carta anterior reclamando da distribuição de água do poço do Jardim Morumbi. 

1956

Pagamento de fatura bastante para a CVB – Vitrais Franco, Companhia Comercial de Vidros do Brasil. (jan.) Em carta enviada a Pietro, Lina conta da troca dos vidros quebrados pela CVB.

1957

Carta de Lina sobre caldeira defeituosa para Labor Equipamentos Térmicos.

1957

Proposta de instalação elétrica para a casa: novo quadro de entrada, novas linhas trifásicas.

1958

Escritura de compra do terceiro lote da casa – lote 04, quadra 08

1950

Problema de bomba d’água para a residência. A Cia. Imobiliária pede a Lina que construa uma caixa d’água com conjunto motor-bomba.

1958

Pintura dos metais

1970

Finalizado o pagamento das prestações e realizada a escritura da casa.

Reforma do fogão americano, compra do refrigerador (compra de um congelador em 1974)

1979

Construção de calçada e muro. 

1980

1981

Grande reforma da cobertura, incluindo a funilaria em cobre, e reforma do portão

1982

Instalação de pára-raios

1983

Substituição de perfil de chapa dobrada n. 14 para caixilhos de ferro, medida: ML; revisão geral dos caixilhos; raspagem dos tacos; tubulação drenagem fossa

1984

Reforma do portão

1986

Construção do escritório de Lina

1986

Abertura no Condephaat do Processo de Tombamento da Casa de Vidro, a pedido de Lina Bo Bardi e abertura de processo para tombamento dos bens móveis

1986

Aprovação pelo Colegiado do Condephaat do Tombamento da Casa de Vidro

1987

Inscrição no Livro do Tombo Histórico

1987

Realização de portão e corrimão dos jardins em ferro chato, reparo das janelas de ferro

1987

Novas cortinas de linho na sala e lonita nos quartos; troca de vidros pela Casa Santos Colocadora de Vidros S/C Ltda.

1987

Processo de defesa da Praça Poeta Carlos Drummond de Andrade

1987

Pinturas diversas e indicação de cores das tintas

1990

Criação do Instituto Quadrante, por Pietro Maria Bardi

1991

Último documento por Lina: proposta para execução de reparos em cobertura de fibro-cimento

1991

Tombamento da Casa de Vidro, ex-officio, pela resolução Conpresp n.05/91

1992

Morte de Lina Bo Bardi na Casa de Vidro

1992 

Regulamentação das áreas envoltórias da Casa de Vidro por decisão unânime dos conselheiros

1993
Início do acervo pós-morte de Lina Bo Bardi

“O falecimento de Lina em 1992 criou a demanda da preservação de seus documentos e registros dos projetos. Estimulados pela produção da exposição, livro e vídeo que seriam lançados no ano seguinte, os ex colaboradores da arquiteta realizaram uma primeira e importante catalogação do acervo. A itinerância internacional da exposição e o lançamento do livro em várias línguas geraram uma primeira onda de reconhecimento da obra da arquiteta.”

1993

Contatos especializados para descupinização. Menciona que a reforma feita nos armários embutidos teria resolvido o problema desta infestação específica 

1993

A denominação do Instituto Quadrante muda para Instituto Lina Bo e P.M. Bardi

1993

Reforma dirigida por Marcelo Suzuki inclui troca de vidros, reforma dos caixilhos, de arrimos e pisos dos jardins, pintura externa e interna, troca de telhas quebradas da cobertura.

No projeto de revitalização da Casa de Vidro realizado em 2003, a data da reforma é 1992.

1995

Escritura de doação por Pietro Maria Bardi da Casa de Vidro para abrigar a sede do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi

1999

Morte de Pietro Maria Bardi na Casa de Vidro

1999

Deixa a Casa de Vidro em testamento para o Instituto, assim como acervo cultural e fundo monetário a partir da venda do quadro “Luis VI” de Francisco Goya

2000

2003

Organização do acervo, que no momento encontra-se dentro da Casa de Vidro

2003

Projeto para a revitalização e restauro da Casa de Vidro realizado pelo arquiteto Marcelo Suzuki, aprovado pelo Ministério da Cultura para capacitação de recursos de acordo com a Lei Rouanet em 11 de dezembro (posteriormente não realizado por falta de recursos)

2005

Organização do acervo de projetos de Lina

2005

Casa fechada para visitação por não adequação às normas de segurança

2007

Início da descupinização IPT

2007

Aprovação unânime do tombamento da Casa de Vidro, do jardim (lotes 05 e 06 da quadra 08 do Loteamento Morumby), acervo de obras de arte, de mobiliário, design e objetos pelo IPHAN

2007

Os trabalhos de descupinização exigem a liberação de armários, estantes, gavetas e cômodos e permitem conhecer melhor o acervo para reorganizá-lo. Portas de armários, gavetas e batentes são retirados para tratamento, assim como molduras de quadros

2007

Reforma coordenada pelo arquiteto Marcelo Suzuki e realizada pela R. M. Fortes Construtora: instalação de pára-raios; impermeabilizações, reforma de caixilhos e vedações, revestimentos e pintura

2008

Início do tratamento em câmaras anôxias para exterminação de xilófogos do acervo móvel com policromia

2008

Mapeamento e cadastramento das espécies com risco de queda e pincelamento dos troncos para evitar novas infestações

2008

Continuação reforma coordenada pelo arquiteto Marcelo Suzuki e realizada pela R. M. Fortes Construtora

2009

Conclusão da restauração do piso da sala pela Vidrotil

2009

Troca de tubulações, pintura de portas e armários, revisão do escoamento do telhado, realocamento de pastilhas faltantes do piso, troca de paredes de madeira e portas da Casinha, conserto da calçada, conserto das mapotecas

2009

Catalogação do projeto da Casa de Vidro

2009

Relatório Diagnóstico e Análise de Risco de Queda de Árvores IPT, com indicações de manejo

2010

Desinfestação do acervo de livros pelo IPEN/USP em câmaras de gás anóxia construídas no depósito do Instituto.

2010

Finalização de reformas hidráulicas, restauro de alguns móveis da casa e transformação do Ateliê em recepção de visitantes.

2011

Relatos de vazamentos manchando o teto da sala

2011

Relato de projeto de paisagismo realizado por André Paoliello a convite da Presidente Sonia Guarita para o entorno e entrada da casa

2013

Troca de encanamento do esgoto da casa até a fossa, anteriormente as manilhas estavam entupidas por raízes

2013

Restauro de portas deslizantes do ateliê; reforma do muro de arrimo da Casa do Caseiro

2013

Notificação do IPHAN sobre ampliação de Tombamento provisório da Casa de Vidro, do jardim e acervo

2014

Pendências sobre a definição da área de entorno do tombamento pelo IPHAN, que sugere tombar a edificação isoladamente, tendo o lote como entorno protegido.