No âmbito da 4ª Jornada do Patrimônio da cidade de São Paulo,o Instituto organizou no ateliê anexo à Casa de Vidro a exposição “Bonecas de Pensar” da artista Priscila Leonel, com foco na produção de bonecas de cerâmica, que expressam a sua realidade a partir de vestidos desgastados, desbotados e deformações nos corpos e rostos e, mesmo a ausência deste.
As bonecas traduzem questionamentos acerca da idealização da infância feminina no Brasil, da condição das mulheres na sociedade brasileira, envolvendo diferentes problemáticas como machismo, abandono parental, exploração do trabalho infantil e intersecção de outras desigualdades e opressões.
A forma de expressão e abordagem da artista se aproximam conceitualmente à Lina Bo Bardi, no que diz respeito à valorização da produção artesanal populares do nordeste brasileiro, que a arquiteta pesquisou e vivenciou durante os anos na Bahia, ao resgate da ancestralidade, da importância dos mestres na produção e costumes, e aos desafios de atuar na sociedade com mentalidade predominantemente masculina.
Como parte da programação da exposição, a artista apresentando a palestra “Memória e ancestralidade nas obras e Lina Bo Bardi”, relacionando as conexões entre seu e o pensamento de Lina Bo Bardi, e também realizou a oficina “Do barro se modela o tempo”, na qual convidou os participantes a experimentarem a técnica.